Thursday, April 15, 2021

#tbt


 #tbt...

Aos 15 anos, a vida parece infinita. 

Aos 15 anos, tudo parece possível.

Aos 15 anos, é só um até logo.

Aos 15 anos, não tinha internet direito, muito menos celular.

Aos 15 anos, a vida era o colégio, as amizades, as brincadeiras e as provas...

Aos 15 anos...


Aos 40 anos, a gente precisa dar um adeus definitivo. Não ao que éramos aos 15, pois parte de quem somos é sempre o mesmo. 

Aos 40 anos a vida ainda tem inúmeras possibilidades, mas já conhecemos um pouco mais dela para entender o nosso lugar no mundo. 

Aos 40 anos, a internet é mais que uma realidade e a globalização é um fato consumado.

Aos 40 anos, um vírus trouxe o caos ao mundo. 

Aos 40 anos...


Wednesday, April 14, 2021

Uma conversa sobre o tempo, Cazuza e Mário de Andrade


O tempo não para... Não tem como lutar contra o relógio, ele é implacável. Ou apenas cumpre a sua função de matematicamente marcar a passagem do tempo... Desde que o mundo é mundo e o homem se percebe como ser humano, lidar com o tempo é um desafio. No momento em que vivemos então...  

            O museu de grandes novidades com que convivemos hoje tem links, vídeo chamada, emojis e figurinhas. No lugar de um olho no olho, um aperto de mão, um abraço ou um beijo. E não é apenas porque somos “escravos da tecnologia não”! Quer dizer, para algumas pessoas até pode ser o caso, porém, com esse vírus viajando por todo o mundo, o virtual passou a ser o essencial, e o presencial passou a ser... sonho.

            E se nossas ideias não correspondem aos fatos, em parte, a responsabilidade é nossa. O tempo está curto para lidar com tantas variações e variantes. E a angústia decorrente desse tempo atual é alucinante. “Deus me livre mais quem me dera” se a piscina estivesse cheia de ratos, porque, assim, veríamos o problema, como se viu no século XIV, lá na época da peste negra. Hoje, ele é invisível.


            E o tempo, ah, ele não para. Aulas online, trabalho online, vida online. E o tempo passando, passando, passando... As experiências se modificando, as percepções se desdobrando, as relações se digitalizando. E o futuro? Bom, ele é de Deus, mas também é nosso. Hoje é a construção do amanhã. E o ontem é lição para se meditar, não para se reproduzir, já dizia o poeta. 


Tuesday, March 30, 2021

Reflexão de um dia aí...

 

👀 Sabe? Na vida não há mapa, bússola, muito menos GPS... Quer dizer, há caminhos... claro! Mas não é olhando para as estrelas ou marcando as passadas com pedrinhas que chegaremos a algum lugar... O que que eu quero dizer com isso? Bom...

Acho que é o seguinte: viver é a cada dia acumular experiências. É aprender com cada uma delas e caminhar...

Tuesday, March 23, 2021

Quarentena

 



Escrevi este poema há um ano... Este último ano tão problemático, tão desafiador, tão desumano, tão político, tão difícil, tão devastador, tão viral, tão doente, tão radical, tão...


Vale o pensamento e a reflexão!



Sunday, May 13, 2018

AMOR



a cada dia uma descoberta
e a vida vai nos trazendo surpresas
nem sempre lá muito boas
mas até isso é importante
é ou não é?

aprende-se com esses fatos
o crescimento é fundamental
senão...

não vale!

Felicidade é relativa?
Tão simples, quer ver?
Faça alguém ao seu redor feliz!
E você com toda a certeza também será feliz!

Sunday, May 6, 2018

Ame-o ou deixe-o!

E não, este não texto não tem nada a ver com política ou ditadura, pelo menos não com a que aqui aconteceu em 1964. Mas tem tortura, tem perseguição, censura e sofrimento.

E sim, o assunto é futebol. O grande amor de boa parte da população brasileira e o meu também. O futebol, essa caixinha... de Pandora! Tudo pode acontecer, até um apocalipse, quando o nosso time do coração perde.

É torturante acompanhar 90 minutos de... não-ação!! Mesmo que gritemos até ficarmos roucos, só a nossa voz não coloca  um time pra frente. A nossa seleção (e não estou falando da Amarelinha, pode ser a rubro-negra, a alvi-negra ou a tricolor), quando está num mal dia...

Nem a perseguição de milhares de vozes consegue mudar o resultado. Nem a censura de milhares de olhares consegue amenizar a dor. Porque o sofrimento é inerente. É o seu amor, ali, sendo pisoteado, escamoteado, zoado (pelos adversários)... Mãos na cabeça, até tampamos os olhos...

Mas o coração sente. Dá vontade de deixar o campo mais cedo. Virar as costas, ir embora, pisando duro ou com o olhar no chão, de tanta raiva ou vergonha. Mas... não! Não! O amor fala mais alto!!!
DIGA AO POVO QUE FICO!



Monday, February 26, 2018

Aquele teto


          Todo mundo fala da crise dos 30... fazer 30 anos é um marco, nada será igual, agora você é realmente adulto, etc, etc... QUE BOBAGEM! Experimente fazer 50! Isso, cinquenta! Meio século de vida! Aí sim, o bicho pega.
            Acordei e esses foram os primeiros pensamentos que me invadiram. Olhei para o lado e fitei minha esposa ainda adormecida... Olhei para o teto na esperança de mudar o rumo daquela prosa interior... Lembrei então de ouro teto, mais encardido e amarelado, do barulho dos pássaros e do cheiro de café vindo da cozinha...
            Ai que frio! Morar na roça é assim, acordamos antes das galinhas (literalmente), tudo escuro, que pregui... Anda menino! Acorda de uma vez! Já está passando da hora! Sim, minha mãe não poupava pulmões logo cedo. Também, não tínhamos vizinhos para reclamar, o mais próximo ficava a mais de uma hora de caminhada rija. E eu achando que hoje ia ser diferente...
            Afinal, 14 anos não se faz todo dia! Agora eu sou quase um homem, pelo menos na lei já não sou mais criança. Levanto, troco de roupa e vou tomar café. Minha mãe, pessoa não chegada a delicadezas, me dá um meio abraço e um seco parabéns. Minhas duas irmãs mais novas dão gritinhos. Pelo menos para elas sei que sou o homem que quero ser, pois aos 7 e 9 anos elas são minhas maiores e ardorosas fãs.
            Meu pai já está lá fora, na lida. Daqui a pouco vou pra lá também. Chego e já vou pegando o banquinho, escovão e balde. O pai me dá uma olhada, um aceno mudo e continua o trabalho. Eu gosto desses silêncios, pois eles são só nossos. E me faz valorizar com um fervor incontido suas poucas palavras.
            Depois de uma meia hora ele abre a boca e começa o que penso até hoje ser a nossa mais longa conversa:            
            _ É, fio, ocê hoje fica mais véio. Tu já é meu mió ajudante, ingual eu fui com teu avô. Mais eu num quero que ocê leve essa vida ingual a minha não. Isso aqui é difícil demais, sô! A gente fica véio cedo. Pur isso eu conversei com sua tia Clara.  Ocê vai morar cum ela e istudá. Vai se dotô. Ou professô. O que ocê quisé sê. Nas féria ocê vem visita nóis. Sua tia vem hoje ti buscá.
            Meu assombro não tinha tamanho. Veio uma vontade de chorar. Eu encarava meu pai, que, metodicamente, voltava a ordenhar a vaca. Naqueles segundos, dezenas de pensamentos incompletos brigavam na minha cabeça. Morar na cidade? Desde que me entendo por gente sonho com isso. Mas nunca imaginei que ia se tornar realidade.
            _ Mas pai... se eu for, quem vai ajudar o senhor?
            _ Fio, deixa que eu arresolvo isso.
            Nenhuma palavra mais foi dita. Quando chegamos em casa, minha mãe já tinha arrumado minha bolsa. Agora minhas irmãs choravam baixinho e minha mãe mordia a boca.
            Olho para o teto da cozinha, porque não conseguia mais olhar a minha família. Um suspiro ao meu lado, um toque delicado no meu rosto. Parabéns meu amor! E minha esposa me abraça ternamente. Olho mais um segundo para aquele teto encardido e mentalmente digo o que não consegui dizer no passado: obrigado pai!

*** texto escrito a partir de uma proposta de produção de texto dos meus alunos do 9º ano